sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Famílias brasileiras encolhem, e sobe a proporção de casais sem filhos

 

O número médio de pessoas por família caiu de 3,4 para 3,1 nos últimos dez anos, mas entre os mais pobres a média é de 4,2 por domicílio

O número médio de pessoas por família caiu de 3,4 para 3,1 nos últimos dez anos, mas entre os mais pobres a média é de 4,2 por domicílio

As famílias brasileiras estão cada vez menores. Nos últimos dez anos, o número médio de pessoas por domicílio caiu de 3,4 para 3,1. Enquanto a quantidade de casais sem filhos subiu de 13,3% para 17%, a proporção de casais com filhos caiu de 55% para 47% entre 1999 e 2009.

Os núcleos familiares mais pobres, com renda mensal per capita de até meio salário mínimo, ainda puxam a média para cima e são formados por 4,2 pessoas em média. No Norte, este índice chega a 4,7. Já os mais ricos, que ganham mais de cinco salários mínimos, vivem com cerca de 2,3 pessoas por domicílio. No Sudeste, este índice cai para 2,2.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e constam da Síntese dos Indicadores Sociais 2010, que analisa as condições de vida da população brasileira.

Evolução da família (%)

Tipo/Ano
1999
2009

Casal sem filhos
13,3
17,1

Casal com filhos
55
47,3

Mulher sem
cônjuges com filhos
17,1
17,4

Outros tipos
5,5
6,2

Segundo o levantamento, o Brasil já assimilou os padrões modernos de formação, dissolução e reconstituição de família. O casamento já não é tão central e as realidades são cada vez mais heterogêneas. Aumentaram as uniões consensuais, inclusive as homossexuais, as famílias formadas após o divórcio e os casais que moram em casas diferentes.

A quantidade de núcleos familiares que seguem o modelo tradicional (pai, mãe e filhos) representa menos da metade (47%) do total, enquanto as unidades familiares constituídas por apenas uma pessoa de referência (chefe de família), sem cônjuge e com filho(s) já somam 19,5%. Além disso, na última década, as mulheres que cuidavam dos filhos sozinhas passaram de 17,1% para 17,4%.

Entre os que preferem o casamento, quase 44% são jovens que têm entre 25 e 34 anos. A proporção cai drasticamente com o avançar da idade: 19,2% têm entre 35 e 44 anos e 23,6% têm 45 anos ou mais. Os casais que têm até 24 anos somam 13,3%.

Sozinhos

De acordo com o IBGE, o aumento da mobilidade espacial fez com que as pessoas prezassem pela liberdade e pela independência. Atualmente, 11% dos brasileiros moram sozinhos.

Famílias unipessoais por idade (%)

Até 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 anos ou mais

Brasil
0,8
11,1
12,5
15,4
18,4
41,8

Norte
1,5
17,3
16,5
17,5
18,2
29,0

Nordeste
1,0
11,8
14,4
15,9
16,5
40,4

Sudeste
0,6
9,2
11,7
15,0
19,0
44,5

Sul
0,8
11,9
10,4
15,3
18,0
43,5

C. Oeste
1,3
15,3
13,4
14,6
21,0
34,5

A maioria das chamadas famílias unipessoais é de mulheres (51%) e de pessoas com mais de 50 anos (60%). Os idosos (mais de 60 anos) respondem sozinhos por 41,8% das pessoas independentes.
Na região Sudeste, os domicílios com apenas uma pessoa sobem para 12,7%, enquanto que no Norte caem para 8,5%. Na divisão por sexo, as mulheres do Sul estão em 56% das casas com apenas uma pessoa. Já no Norte, são os homens que mais moram sozinhos (62,3%).

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